quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O COMBATE AS DROGAS NAS FORÇAS ARMADAS




PROGRAMA
PARA A PREVENÇÃO E COMBATE
À DROGA E AO ALCOOLISMO
NAS FORÇAS ARMADAS


A generalização do uso de estupefacientes e de álcool não pode deixar de ter as suas consequências no meio militar, que assim se vê confrontado com comportamentos que afectam o homem de hoje: o consumo de drogas e o abuso de álcool.

Sendo um problema que atinge toda a sociedade, o uso de drogas e abuso de álcool no seio da instituição militar, pode assumir aspectos de extrema gravidade pelos reflexos negativos na disciplina e operacionalidade das Forças Armadas e, consequentemente, na segurança militar.

O militar consumidor de drogas ou que abuse do consumo de álcool põe em risco a segurança do pessoal, do material, das instalações e da informação, bem como, a saúde global da instituição, daqui resultando graves consequências para o cumprimento das missões e para o prestigio militar das Forças Armadas.

A instituição militar não pode ficar indiferente a este problema, que é um flagelo, dos mais graves na sociedade actual em que vivemos. Justifica-se pois um empenhamento a nível dos três ramos das Forças Armadas, a todos os níveis, em acções de prevenção que tenham por objectivo dissuadir o individuo do seu consumo, em acções de tratamento e reabilitação que permitam a recuperação física e social do militar.

O Programa para a Prevenção e Combate à droga e ao alcoolismo nas Forças Armadas (PPCDAFA) institui, assim, um conjunto de medidas com a finalidade de obter um efeito dissuasor do consumo, e ao mesmo tempo, manter um controlo e imediato tratamento sobre os casos detectados

Na Marinha, no sentido de se concretizar um programa de controlo permanente foi estabelecido pelo Estado-Maior da Armada, um conjunto de procedimentos, que levaram à inauguração de um laboratório vocacionado para análises toxicológicas – o Laboratório de Análises Fármaco-tóxicológicas da Marinha (LAFTM), iniciando-se neste ramo um programa de vigilância, controlo e recuperação tendo por objectivo um efeito dissuasor do consumo e o controlo de casos detectados.

Por despacho do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada, são estabelecidas as atribuições da Superintendência dos serviços do Pessoal nesta matéria e os procedimentos em termos de segurança. É criada a Comissão Consultiva para o Combate à Droga e Alcoolismo na Marinha.

Provisoriamente no Hospital da Marinha, planifica-se a criação de uma unidade de reabilitação e tratamento, a UTITA – Unidade de Tratamento Intensivo de Toxicodependências e Alcoolismo. Este serviço é de comum utilização em relação aos três ramos da Forças Armadas e funciona na Base Naval de Lisboa, em Almada.


As repercussões nas Forças Armadas que um militar com os sintomas de dependência de álcool/drogas possa causar são várias, afecta a capacidade de desempenho e eficiência colocando em risco a integridade física dos seus camaradas e instalações militares.

No caso das drogas que são ilegais, as implicações com o mundo da criminalidade podem levar ao seu aproveitamento como acção terrorista – o narcoterrorismo – com o propósito de afectar o bom funcionamento da instituição militar na defesa da população.

O álcool para alem de ser de mais fácil alcance, mais barato e legal, é mais lento a provocar dependência (cerca de 15 anos), tornando-se no individuo uma mais difícil detecção, por dissimulação do alcoólico entre os bebedores sócias.

A repercussão negativa no campo laboral onde o doente toxicológico está inserido poderá implicar uma lenta e progressiva deterioração dos campos familiares e sociais do doente.

Foram criadas acções desenvolvidas nas Forças Armadas a nível de intervenção preventiva, criados conceitos e objectivos.
Na Marinha ramo das Forças Armadas ao qual eu pertenço, o primeiro nível de intervenção parte da unidade naval à qual o militar pertence, neste caso eu pertenço à Esquadrilha de Submarinos, que nomeia ao acaso ou por suspeita o militar para efectuar as análises de despiste toxicológico. Não existe um padrão de selecção previsível para as nomeações que possa ser ludibriado.

O segundo nível de intervenção é conseguido com uma maior capacidade de resposta aos inúmeros testes toxicológicos, através da abertura de mais laboratórios toxicológicos e a uma enorme melhoria da unidade toxicológica do Hospital da Marinha que está equipada com os mais modernos dos equipamentos para tal.

O terceiro nível foi a criação de unidades especializadas de tratamento e reabilitação de alcoolismo e toxicodependência (UTITA).

Todo o processo de pesquisa de drogas de abuso tem de obedecer a procedimentos estritos, para assegurar a prevenção da integridade da amostra, manter confidencialidade em todas as circunstâncias e garantir a validade dos resultados dos testes.

Tais objectivos são assegurados por uma série de procedimentos em cadeia, o que envolve o registo administrativo de todos os passos relativos ao manuseamento e armazenamento da amostra de urina, desde a sua colheita até à sua destruição.

A amostra de urina recolhida deve ser separada em duas fracções (A e B), para permitir a validação do resultado através de contra-análise. A fracção A deve ser analisada pelo laboratório, enquanto que a fracção B deve ser armazenada nas devidas condições, por um período pré-determinado de tempo, para uma posterior contra-análise, se necessário.

As acções de prevenção e combate á droga e alcoolismo nas Forças Armadas incluem uma vasta oferta de informação através de palestras e folhetos de saúde, sensibilizando para as consequências do uso ou abuso de álcool e drogas, desmotivando o militar de tentar experimentar qualquer tipo de droga e motivando o abusador de consumo de álcool a beber.

Outra acção de prevenção, esta já na fase de contenção e tratamento implicando, a intervenção de pessoal especializado na acção terapêutica de reabilitação educativa com o apoio médico necessário, unidades especializadas em programas de reabilitação e o acompanhamento médico periódico após o final do programa durante o tempo necessário para uma total recuperação.



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